Skillet - Rise

"Rise" é o mais recente álbum da banda de christian rock, Skillet. Foi lançado no passado mês de Junho. 

Os Skillet começaram a ganhar destaque como uma das melhores bandas dentro do seu género musical, christian rock. A banda formou-se em 1996, mas é a partir de 2003 com o álbum "Collide", que os Skillet alcançam o seu primeiro grande pico de sucesso.
Depois surge "Comatose", lançado em 2006, que veio consolidar o estatuto dos Skillet e trazer músicas que ficam no leque das mais conhecidas da banda, como os singles "Whispers in The Dark", "Comatose" e "Rebirthing".
Em 2009 é apresentado o oitavo trabalho de estúdio, Awake, que obteve grande sucesso vendendo mais de 1.000.000 de cópias até à data, sendo ainda disco de platina e obtendo o certificado de disco de ouro pela RIAA. Deste trabalho destacam-se singles como "Hero" e "Monster".

Agora os Skillet apresentam-se com o novo disco, "Rise", um álbum convencional, que aborda temas religiosos, relações, problemas sociais e ainda algumas questões políticas. De certa forma, conta a história dos adolescentes nas lutas pelas suas identidades num mundo cheio de problemas. A nível comercial, o álbum vendeu aproximadamente 60.000 unidades na sua primeira semana, e atingiu o 4º lugar do top Billboard 200, ficando ainda com o 1º lugar nos tops Rock Albums e Christian Albums.

"Rise" é o tema que dá início ao álbum e que também dá o nome ao mesmo, sendo ainda o terceiro single. Um tema que nos faz rapidamente reconhecer que isto são os Skillet, apesar de demonstrar também uma aposta também nos sons eletrônicos. Esta música retrata de forma positiva, a luta pelo nosso futuro, diz que nos devemos erguer e criar uma revolução contra todos os problemas e guerras criadas neste mundo. A música termina com alguns samples de certos casos que acontecem no nosso dia-a-dia. É possível ouvir uma chamada de emergência (112), de uma mulher a dizer que está um rapaz com uma arma na mão em sua casa, e ela a gritar para as crianças se colocarem debaixo da mesa. Depois surge o áudio de uma reportagem do noticiário a falar da maior crise de desemprego desde a Segunda Guerra Mundial. Por fim, o último caso é aparentemente um pai chateado com o seu filho, dizendo-lhe que é um fracasso e que desejava que ele nunca tivesse nascido. Segue-se "Sick Of It", que foi o primeiro single a ser lançado. É uma música que segue a mesma ideia que a anterior, relatando que se nós estamos fartos de fazer coisas sem sentido e de que pessoas nos deitem abaixo, então devemos lutar contra isso enquanto é tempo, devemos lutar pelo nosso futuro. A nível instrumental, é um tema que apresenta elementos eletrônicos e uso mais acentuado de teclados, mas é também das mais pesadas de todo o disco.


Surge então "Good To Be Alive", a primeira balada do disco, que na minha opinião é um dos poucos pontos baixos do álbum. Apesar de não gostar muito da melodia criada, a lirica continua a ser de qualidade. Para mim destaca-se o final desta faixa, que serve de interlude à quarta música do álbum e que é muito bom, apresentado uma lado orquestral. Uma curiosidade,é que neste interlude é possível ouvir a filha do vocalista da banda, John Cooper, a cantar antes de entrar a orquestra. A quarta faixa é "Not Gonna Die" e é uma das melhores deste álbum, sendo o quarto single. Liricamente é perfeita, mantendo a mesma linha de ideias das três faixas anteriores, e a nível instrumental tem uma combinação perfeita de violinos, com sintetizadores, entre outros instrumentos. É notória também uma aposta mais forte no uso dos vocais da baterista e co-vocalista Jen Ledger, que resulta muito bem. É sem dúvida, a cara da qualidade que este álbum possui, uma música muito trabalhada e produzida pelos Skillet.

"Circus For A Psycho" é o quinta tema e surge cheio energia. É uma música com um ritmo rápido, brutal e totalmente viciante. Conta também com um solo de guitarra muito bem conseguido, pois encaixa bem com a música e dá mais um toque especial à mesma. A nível lirico pode-se dizer que aqui entramos numa outra fase da história do álbum. Finaliza com um interlude para a sexta faixa do álbum. Surge então "American Noise", a grande balada deste disco. Ao contrário da terceira faixa, "Good To Be Alive", esta consegue ser bastante cativante e agradável de se ouvir e foi a segunda música a ser lançada com videoclipe depois de "Sick Of It". Tem naturalmente uma aposta forte na sonoridade do piano e surpreende com o uso de acordeão. É uma música que nos faz crer que temos um papel a cumprir, que nós temos uma voz, e que devemos espalhar amor e tentar ofuscar os problemas. A seguir vem "Madness In Me", que surge com uma mistura dos primeiros trabalhos da banda e o mais recente. Aponta para um lado mais negativo na história do álbum, como se a pessoa em questão tivesse a ceder aos poderes de mal e a deixar-se levar com o caos. A música termina com mais um interlude, desta vez com uma leitura de uma passagem da bíblia, fazendo a transação para a próxima faixa.

"Salvation" é a oitava faixa e traz uma nova fase no processo lirico. Aqui a pessoa encontra-se já numa fase de entrega à fé, e que Jesus é o seu salvador: "I feel you keeping me alive/ You are my salvation… my heart will burn for You/ it’s all I can do". Nesta música, é Jen Ledger quem lidera os vocais e John aparece apenas no refrão. Segue-se "Fire And Fury", que é quase a continuação da música anterior, pois contém a mesma ideia numa declaração de "amor a Deus". É uma música espiritual liderada melodicamente pelo piano e por um som orquestral mas leve. Na minha opinião, mais um ponto muito alto do disco, pois é uma música simplesmente fantástica. No refrão pode-se ouvir "I will burn, I will burn for you./ With Fire and fury/ My heart beats for You/ Your love burns within me/ With fire and fury", contendo ainda versos como: "If I freeze you are the flame/ You melt my heart, I washed in your rain/ I know you’ll always have the best of me/ Destiny’s got a hold of me/ Guess I never knew love like love knows me/ Because I need to feel you here with me". É sem dúvida um daqueles momentos de fechar os olhos e nos deixarmos levar pela melodia.

"My Religion" é a décima música deste álbum. Conta com uma sonoridade um pouco diferente e liricamente é mais dramática, mas onde basicamente John declara que a sua única religião é Jesus. Para mim, talvez depois de "Good To Be Alive", esta seja o outro ponto baixo do álbum. Apesar de a letra ser muito boa e bem construída, a produção da música não foi claramente a melhor. Depois vem "Hard To Find", mais uma música que tem presença acentuada do piano, mais uma balada de rock. Aborda quase o mesmo tema que a "Madness In Me", mas aqui apesar de ele afirmar que às vezes é complicado encontrar esperança, ele também diz que arranja força para passar mais uma noite e os seus problemas. O álbum termina com "What I Believe", uma música que faz o balanço do álbum em geral, de toda a história relatada. Ou seja a luta de amor e fé contra a destruição e a miséria em que se encontra este mundo, mais uma vez dando grande ênfase à fé: "I live and die for You/... You are what I believe".

Depois na versão Deluxe do disco, temos ainda mais três faixas bônus, "Battle Cry", "Everything Goes Black" e "Freakshow". São músicas de grande qualidade e que só dão mais força ao álbum. As primeiras duas são basicamente duas baladas enquanto "Freakshow" apresenta um estilo mais rítmico e diferente do habitual, mas que se torna agradável de ouvir.

Para finalizar, este álbum é sem dúvida um dos melhores dos Skillet até agora, senão o melhor na minha opinião. Não sei se irá vender tanto como os antecessores "Comatose" e "Awake", mas tem qualidade para isso. A questão nesses dois anteriores, tinham músicas que se destacaram mais comercialmente e claramente ajuda logo nas vendas, mas que na minha opinião perdiam gás em algumas das músicas. Em "Rise" encontro um disco que se escuta muito bem do princípio ao fim. Acho que liricamente está muito bom e que acabou por dar numa história como expliquei no início, e a nível de produção está perfeito com uma boa ligação de baladas e músicas mais pesadas.

Músicas Favoritas: "Sick Of It", "Not Gonna Die", "Fire And Fury","American Noise","Madness In Me" e destaco "Battle Cry" das faixas bônus.

Pontos Negativos: "Good To Be Alive" e "My Religion".


Nota Final: 9/10

Ouve em baixo o álbum.

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