Muse - The 2nd Law

Depois de se terem apresentado no passado dia 10 de Junho ao vivo no Estádio do Dragão, no Porto, vou aqui fazer a review do último álbum dos Muse, "The 2nd Law".

Pois é, depois do grande espetáculo protagonizado pelos Muse no Porto, há umas semanas, agora apresento aqui a minha review do último álbum de estúdio da banda, lançado em 2012.
The 2nd Law é o sexto álbum da banda, depois do álbum "The Resistance" de 2009. Foi lançado oficialmente no Reino Unido a 1 de Outubro de 2012, e rapidamente atingiu o primeiro lugar no top britânico, um álbum que acabou por ter muito sucesso tanto para os fãs como para a crítica em geral.


O título do disco refere-se à segunda lei da termodinâmica, teoria que defende que a quantidade de entropia de qualquer sistema isolado termodinamicamente tende a incrementar-se com o tempo, até alcançar um valor máximo. Falando na sonoridade do álbum, é o fator que leva às maiores críticas por parte de fãs da banda, pois uma das primeiras músicas a ser disponibilizada foi "The 2nd Law: Unsustainable", uma música que rapidamente fez despertar a discussão de que os Muse se estavam a virar para o dubstep, dividindo logo a opinião entre os fãs, isto pelo menos até ao lançamento do álbum.
Neste trabalho, é possível encontrar sons de rock clássico, dubstep e também uma espécie de pop, entre outros sub-gêneros. E claro, como não podia faltar, continuam as comparações aos Queen, dizendo que especialmente neste álbum, essas semelhanças entre as duas bandas se acentuam.

O álbum inicia com "Supremacy", um tema cheio de energia que dá início ao disco de uma excelente forma e ao qual é impossível passar despercebido. Uma música que podia facilmente fazer parte da banda sonora de um filme 007. Contém aqueles poderosos riffs de guitarra distorcida e óptimo falsete por parte de Matt Bellamy, atingindo o topo quando cita "Your supremacy" no refrão. Contém ainda um lado muito orquestral. Uma música que entra para as minhas favoritas da banda. Segue-se a faixa "Madness", segundo single do álbum, que acaba por ser o mais significativo do álbum nos mídia e com mais visualizações no Youtube. Uma música da qual se começa a gostar mais, quando se vai ouvindo mais e mais vezes. É uma das músicas que faz relançar as tão faladas semelhanças aos Queen,e também onde é notório o começo do uso de sonoridades vindas do dubstep. Em geral é um tema muito calmo, e que acaba por se destacar mais no solo de guitarra e também pelas notas prolongadas de Matt Bellamy enquanto canta a frase "I need to love" por duas vezes.



Como terceira faixa, temos "Panic Station", uma música cheia de groove. Traz consigo uma sonoridade do tipo funk rock, mais uma vez com altos falsetes de Bellamy e riffs de encantar que nos deixam viciados no ritmo da música. Faz-nos viajar um pouco aos anos 70 e já há quem compare um pouco a música com "Another One Bites The Dust" dos Queen. Este foi o último single a sair do álbum.

"Prelude" é o que se segue, um instrumental sinfônico que serve de interlude para a faixa número cinco de The 2nd Law. Essa faixa é "Survival", primeiro single e música oficial dos Jogos Olímpicos. Uma faixa que muitos adoram e outras odeiam. Uma música que liricamente incentiva o sucesso, tendo como ponto alto um excelente trabalho de guitarra que faz tornar a música cativante, mais um bom solo e também uma maior entoação dada à bateria para acompanhar os riffs e tentar criar uma sonoridade épica.
A sexta faixa "Follow Me", inicia com um sample do batimento do coração do filho de Matt, Bingham Bellamy, gravado ainda antes de ter nascido. Esta música contou com a colaboração do trio britânico de dubstep Nero e é o exemplo desta nova face dos Muse. Foi também o terceiro single lançado deste álbum. Um tema que com certeza não deixou alguns dos fãs mais antigos muito convencidos e interessados.

"Animals" é uma faixa calma mas que demonstra toda a grandeza da banda. Uma excelente combinação entre o baixo e a bateria, e também os riffs a que já estamos habituados. Uma faixa para nos deixarmos levar pela melodia, decididamente um ponto alto no disco. Na lirica, Matt compara a sociedade atual a animais, virado para o capitalismo, criticando o desejo incontrolável e louco das pessoas por dinheiro. O videoclipe deste tema foi decidido através de uma competição, que foi ganha por dois portugueses, Inês Freitas e Miguel Mendes, que foram passando por várias eliminatórias e sendo escolhidos no fim pela banda.



De seguida chega "Explorers", uma verdadeira balada acompanhada do piano, que faz referência à possibilidade de nos livrarmos deste mundo, de certa forma uma música de esperança para a sociedade. Este tema mais calmo faz-nos viajar um pouco até ao primeiro álbum da banda "Showbiz".
Depois vem "Big Freeze", uma faixa para os fãs mais "puristas" dos Muse, pois transmite todas as características da banda. Uma música melódica com um toque clássico, onde se presencia mais uma bela performance vocal de Matt Bellamy, com um bom acompanhamento da bateria em certas partes, contando com coros bem conseguidos ao estilo Queen e mais um solo de ficar no ouvido.

Entramos agora numa fase de novidades, pois surgem duas músicas escritas e cantadas pelo baixista da banda, Chris Wolstenholme. Primeiro "Save Me", que tem uma sonoridade muito calma, que se afasta um pouco mais do estilo normal da banda mas que surpreende pela positiva com uma boa atuação vocal.
Segue-se "Liquid State", mais ao estilo Muse, com uma voz mais agressiva e com uso mais abusivo dos instrumentos musicais, tendo um ritmo mais acelerado. Ambas as faixas relatam a luta contra alguns problemas de Chris, entre eles o alcoolismo.

Chegamos assim à parte final do disco, com duas faixas do segmento "The 2nd Law:", com um toque mais orquestral, assemelhando-se ao que a banda já tinha feito no álbum The Resistance com o segmento final de três faixas, "Exogenesis".
"The 2nd Law: Unsustainable" é a primeira destas faixas, onde é claramente perceptível o uso do dubstep, inspirados em Skrillex, mas onde existe uma mistura entre o rock sinfônico e o uso dos sons eletrônicos. Uma sonoridade que a banda já confessou poder fazer parte dos futuros trabalhos numa maior escala. Apesar de tudo, Matt Bellamy diz que a banda não recorreu aos sons computorizados, gravando a música com instrumentos orgânicos e com a presença de uma verdadeira orquestra.
Por fim, a fechar o álbum, surge "The 2nd Law: Isolated Systems". Uma melodia que encerra da melhor forma este disco, com uma base instrumental marcada pelo piano e também o uso de sintetizadores. Uma música que nos permite fechar os olhos e viajar pela aventura que é a sua melodia.



Para finalizar, este é um álbum que aborda alguns temas pessoais, mas essencialmente retrata problemas na sociedade e também críticas à política. Um trabalho que marca um registo de faixas que englobam vários estilos diferentes, e possivelmente uma nova era para a banda em si. Aquilo que ao início poderia soar como um álbum muito mau, acabou por se tornar numa bela surpresa e sem dúvida um dos álbuns de 2012. Pois nem todos conseguem juntar dubstep, rock, pop e orquestras e soar assim tão bem.


Favoritas: Supremacy, Animals, Isolated Systems e Panic Station.

Nota: 8.7/10

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