Bring Me The Horizon - Sempiternal

Nesta review vou falar de Sempiternal, o mais recente álbum da banda de metalcore/deathcore Bring Me The Horizon, lançado em Abril.

Este é o sucessor de There Is A Hell, Believe Me I've Seen It. There Is a Heaven, Let's Keep It a Secret, de 2010, sendo o quarto álbum de estúdio da banda.
Pessoalmente conheci a banda através da música "The Comedown", apresentada por um amigo, e desde então fui ouvindo algumas músicas. Mas não conhecia propriamente bem os álbuns, portanto, aproveitei a ocasião e antes de fazer a review de Sempiternal, ouvi todos os trabalhos anteriores dos Bring Me The Horizon. A mudança ao longo dos álbuns é notória, sendo que o uso da electrónica de álbum para álbum foi crescendo. Na minha opinião, se em alguns casos, o resultado final pode ser negativo pelo facto da mudança, neste acho que foi muito positiva. Sinceramente, o primeiro álbum não me diz nada de especial, sendo que a partir do segundo, Suicide Season (2008), começo a gostar mais do estilo da banda. Sempiternal apresenta-se um pouco como um álbum com influências como os últimos de Linkin Park e 30 Seconds To Mars. Aliás, de acordo com alguma pesquisa, o próprio vocalista da banda, Oliver Sykes, afirmou que gosta muito de Linkin Park e por isso possa também ter influência no seu trabalho.
Um álbum não muito próprio para os mais religiosos, tendo Oliver confirmado em entrevista que é ateu. De salientar a mudança na voz de Sykes, na minha opinião uma melhoria, até porque no início baseava-se tudo em screams, e agora julgo que se pode chamar uma evolução vocal, dando mais corpo à música.

"Can You Feel My Heart" dá início ao álbum, e desde logo pode ser uma chapada na cara, para aqueles fãs que só querem músicas mais agressivas. Aqui encontra-se, provavelmente, a música mais experimental do novo álbum, com um uso em grande quantidade dos sintetizadores, mostrando desde o princípio que o álbum tem uma musicalidade muito diferente dos anteriores e que um novo estilo será praticado pela banda. Uma música onde liricamente, se encontra muito do que vai na mente de Sykes.
Segue-se "The House Of Wolves", uma música muito mais pesada, voltando um pouco ao estilo do segundo álbum, com um ritmo mais rápido. Como terceira faixa aparece "Empire (Let Them Sing)", uma música que mantém agressividade, que inicia com o scream de Sykes, tendo depois um riff ao qual não se fica indiferente tendo no background o uso de sintetizadores que soa muito bem. Esta música pode te fazer abanar a cabeça juntamente com a batida.

"Sleepwalking" é o segundo single retirado do álbum. Esta música mostra um lado mais melódico, começa com o uso de teclados e conta com uma 'bridge' muito impressionante. Esta música leva-me a viajar um pouco até uma outra banda que gosto, os RED, tendo um lado de metal-sinfônico. "Go To Hell, For Heaven's Sake" vai ser o terceiro single do álbum. Uma música em geral com o uso de uma batida rápida a marcar o ritmo. Conta com um belo riff no meio da canção. E eis que, como sexta faixa, surge "Shadow Moses", primeiro single que se tornou uma espécie de 'hino' deste álbum. Pode se dizer que é o centro do álbum, até porque no meio temos um scream poderoso de Sykes, em que canta: "This is Sempiternal/Will We Ever See The End?". A música inicia-se com o refrão, que te fica rapidamente na cabeça e que vais querer cantar em conjunto. Apesar do refrão mais calmo e melódico, no resto é agressiva tanto no instrumental como na lirica, e assim que se dá o "breaking point" inicial, quando começam a tocar os instrumentos, vais com certeza querer saltar com tudo o que podes e abanar a cabeça ao ritmo desta música, pois tem muito 'power' a oferecer.

"And The Snakes Start To Sing" acalma o ritmo do álbum. Uma faixa muito calma, melódica, com uma lirica muito boa e é uma música cheia de emoções. Aqui Oliver canta, recorrendo pouco aos screams, algo pouco habitual nos outros álbuns. Uma verdadeira prova da mudança da banda. Segue-se "Seen It All Before", apesar de ser um pouco mais agressiva, mantém o mesmo estilo melódico da anterior. Uma música que na lirica demonstra acima de tudo, tristeza: "I don't want to do this by myself/I don't wanna live like a broken record. /I've heard these lines a thousand times and I've seen it all before".

A faixa número nove, "Antivist", é das mais agressivas do álbum, se não a mais pesada. Uma música carregada de aspectos negativos na lirica: "The world is a shit tip, your children are fucked/The ones you think guard you are out for your blood/Well our minds are battered, and washed out with static/But what exactly do you think you're going to do?" ou "Middle fingers up, if you don't give a fuck/I'm sick to death of swallowing every single thing I'm fed/Middle fingers up, if you don't give a fuck/You think you're changing anything?/Question everything".

"Crooked Young" segue o caminho de Antivist, a mesma agressividade e questiona a fundo a fé, precisamente a religião, muito virada para o anti-cristianismo. Sykes chega mesmo a gritar: "Fuck your faith/No one's going to save you". Estas duas faixas (Antivist e Crooked Young) acabam por trazer verdadeiramente aquele estilo metalcore ao de cima, sendo que levará a mosh pits nos concertos.
"Hospital For Souls" termina o álbum. Uma música melancólica, que consegue ter uma espécie de resumo do álbum no sentido musical e lirico. Ao mesmo tempo, é uma faixa melódica mas também agressiva.
"Everybody wants to go to heaven, but nobody wants to die/I can't fear death, no longer/I've died a thousand times/...Why explore the universe, when we don't know ourselves/There's an emptiness inside our heads that no-one dares to dwell".

Resumindo: Sempiternal acabou por me surpreender e muito. Como disse no início, não conhecia assim tão bem a banda, portanto ouvi todos os álbuns. Bem e se nos primeiros, apesar de gostar, não me despertou assim tanto gosto e interesse pela banda, este álbum deixou-me viciado e posso dizer que é de certeza um dos álbuns do ano no género musical.
Não diria que serve como um álbum de revolução para o Metalcore, mas poderá ser um álbum a ter em conta por bandas que se vão iniciar neste género.
É um álbum em geral, negativo na abordagem lirica, tendo muitas bases na questão da anti religião ou mesmo problemas sociais. A nível pessoal, acabo por me relacionar muito bem com os temas do álbum, pois também não sou ligado à religião, ou aquilo que fizeram dela. Muitas letras que encontro neste trabalho, parecem um espelho do meu pensamento, e vejo-me perfeitamente eu mesmo a escrevê-las.
Talvez para os fãs mais antigos, este álbum possa ser daqueles que se gosta ou odeia, mas com certeza veio ganhar novos fãs para a banda, sendo eu um deles, pois estou já interessado no que mais estará para vir no futuro dos Bring Me The Horizon.
Por fim, se ainda não ouviste, sendo fã ou não de metal, faz o favor de ouvir este álbum, pois vale mesmo a pena.

Favoritas: Shadow Moses, Can You Feel My Heart, And The Snakes Start To Sing, Hospital For Souls. Apesar de não ser fácil escolher, pois gosto mesmo imenso de todas. De ouvir do princípio ao fim, vezes e vezes sem conta.

Nota: 9.5/10 (Baseada no conjunto de todos álbuns. Acho que este é o melhor).

Ouve aqui.

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